Por: Diego A. Gonzaga | Publicado em 13 de janeiro de 2021 | 4 de janeiro de 2022

Como fazer um Estudo de Caso?

Cinco passos para a elaboração de um bom estudo!

Os estudos de caso precisam ser realizados criteriosamente para que tenha sua credibilidade e relevância valorizada pelo mundo acadêmico. Mas você sabe o que é um Estudo de Caso? Você sabe elaborar um Estudo de Caso? Descubra neste artigo os 5 passos essenciais para elaborar um bom Estudo de Caso!

O que é um Estudo de Caso?

A recorrente confusão entre o Estudo de Caso (EC) e outros métodos de pesquisa se dá porque muitas das estratégias usadas na pesquisa de EC são as mesmas usadas em outros projetos. Uma boa maneira de definir a pesquisa de EC é examinar as características que a distinguem de outros tipos de metodologias de pesquisa.

O método de EC é uma investigação empírica que estuda um fenômeno contemporâneo no seu contexto de vida real, mesmo que os limites entre o fenômeno estudado e o contexto não estejam claramente definidos [1]. Para distinguir os estudos de caso de outros tipos de pesquisa, é útil pensar neles como pesquisas que tem um foco muito restrito.

Um EC também pode ser uma combinação de vários estudos de casos individuais. O EC é uma metodologia ideal quando uma investigação holística e profunda é necessária. Os tipos específicos de EC são: Exploratório, Explicativo e Descritivo, Intrínseco (quando o pesquisador tem interesse no caso), Instrumental (quando o caso é usado para entender mais do que o óbvio para o observador) e Coletivo (quando um grupo de casos é estudado) [2,3].

Além disso, embora seja possível conduzir um EC em um período longo, a maioria dos estudos de caso é realizada em um período razoavelmente curto, geralmente menos de um ano.

Para que um EC seja considerado bem feito, o pesquisador precisa seguir um procedimento que geralmente consiste em cinco etapas sequenciais:

  1. Escolher e definir o problema a ser investigado;
  2. Planejar a investigação com antecedência;
  3. Coletar sistematicamente os dados;
  4. Interpretar os dados e verificar as interpretações; e
  5. Divulgar os resultados.

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Escolhendo e Definindo o Problema

Muitos alunos me perguntam como os pesquisadores encontram ou escolhem os problemas nos quais trabalham. Existem diversas formas de elaborar um problema de pesquisa. A curiosidade, ou seja, saber porquê as coisas acontecem, é um estímulo recorrente no desenvolvimento de  pesquisas.

Outra fonte de problemas de pesquisa é a identificação de lacunas de informação, de conflitos de posicionamento dos pesquisadores em relação a algum assunto e expectativas não confirmadas por “fenômenos natuarais”. Porém, os pesquisadores também devem estar atentos às necessidades de cada área do conhecimento em sua totalidade. Essa atenção é importante para que não haja riscos do trabalho cair em desinteresse na comunidade científica por falta de relevância.

Muitas vezes, os problemas relevantes surgem quando os profissionais de pesquisa encontram alguma situação nova para a qual nenhuma resolução ou diretriz foi proposta pela comunidade científica até então.

Escolhido o problema, é importante que se defina também, de forma cuidadosa, quais informações são necessárias para melhor entendê-lo. Isto é importante porque, em muitos casos, a definição cuidadosa de um problema de pesquisa e das informações necessárias para a sua compreensão apontam o caminho para uma metodologia de pesquisa apropriada.

Planejando o Estudo

Os pesquisadores devem realizar estudos de alta qualidade para contribuir para a credibilidade do método de EC, e além disso, contribuir para suas próprias descobertas em particular. Para obter bons resultados é necessário que a pesquisa seja planejada cuidadosamente e bem executada. O planejamento geralmente envolve duas áreas: a escolha do assunto do EC e a escolha dos métodos de coleta de dados.

Selecionando o assunto:

Os pesquisadores precisam selecionar seus assuntos com cuidado. Às vezes, nós selecionamos um assunto por ser pouco conhecido, e por esse motivo temos muita dificuldade em desenvolver nossas pesquisas. Por outro lado, ao selecionar assuntos que sejam típicos de sua área de interesse para começar a construir uma teoria geral, o pesquisador pode se depara com uma situação infrutífera que pode levá-lo ao fracasso.

Nessa situação, é prudente buscar a ajuda de pessoas experientes que possam sugerir um possível assunto que possa lhe trazer boas descobertas e que seja de interesse da comunidade.

Selecionando os métodos:

Os pesquisadores podem escolher entre várias técnicas de coleta de dados em um EC, mas é necessário observar cinco questões importantes.

Primeiro: deve-se selecionar métodos que irão produzir o tipo de dado necessário. Por exemplo, se você deseja saber o tempo necessário para realizar uma tarefa específica, você pode pedir às pessoas que fazem a tarefa com frequência que lhe digam quanto tempo leva, ou seja,  fazer uma estimativa por meio de uma entrevista. Outra opção é utilizar um cronômetro para medir o tempo que as pessoas precisam para realizar a tarefa, ou seja, uma estimativa por meio de observação. O método escolhido irá depender de quão precisa deve ser a informação que você deseja coletar.

Segundo: os pesquisadores devem selecionar um método que irá produzir dados que possam ser examinados por eles e também outros pesquisadores quando a pesquisa for concluída. Isso garante transparência ao processo de pesquisa e confiabilidade aos resultados.

Terceiro: sempre que possível, é uma boa prática empregar a triangulação de medidas, ou seja, instrumentos de medição múltiplos, de forma que mais de uma medida converge para uma determinada questão. As medidas convergentes geralmente fornecem uma visão mais abrangente e precisa do problema. O uso de múltiplos instrumentos de medição aumenta o rigor do estudo e, portanto, a credibilidade dos resultados.

Quarto: os pesquisadores devem testar os procedimentos antes da coleta de dados. A maneira mais segura de saber se um determinado procedimento é eficaz é experimentá-lo. Esse passo não apenas afastará as críticas aos resultados, mas também aumentará as chances de uma coleta de dados bem sucedida.

E quinto: os métodos usados ​​devem ser descritos no artigo que relata as descobertas da pesquisa para que os leitores possam avaliar o valor das descobertas. Os leitores precisam saber exatamente quais métodos foram usados ​​para avaliar a qualidade dos resultados.

Coletando os Dados

Como você pôde ver na seção sobre seleção de métodos, as técnicas de coleta de dados influenciam o valor que os leitores darão às suas descobertas. Uma boa prática para uma coleta de dados bem sucedida é utilizar um método sistemático. A coleta de dados sistematicamente reduz a probabilidade de viés do pesquisador.

Por exemplo, os pesquisadores costumam usar entrevistas com vários sujeitos. Sabemos que a forma da pergunta influencia a forma como as informações serão fornecidas na resposta. No entanto, se as mesmas perguntas e sondagens forem utilizadas com todas as pessoas no estudo, o pesquisador reduz o risco de enviesar as respostas de algum dos entrevistados.

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Interpretando os Dados

Em muitas circunstâncias a interpretação dos dados começa antes que a coleta de dados seja concluída. Isso acontece porque o pesquisador começa a formar impressões conforme a quantidade de dados cresce. Embora o pesquisador possa elaborar conclusões provisórias sobre o significado dos dados que estão sendo coletados, ele deve tentar permanecer o mais objetivo possível até que todos os dados estejam totalmente coletados e possam ser examinados como um conjunto.

Os dados coletados em estudos de caso costumam ser tão ricos em detalhes que são difíceis de serem interpretados e resumidos. Os especialistas aconselham aos pesquisadores que procurem por padrões e/ou categorias nos dados e que considerem quais dos muitos detalhes registrados melhor capturam a essência dos resultados, especialmente se mais de um assunto estiver envolvido.

Em seguida, o pesquisador deverá verificar suas interpretações e conclusões. Essa verificação pode ser feita pedindo a um avaliador externo que examine os materiais coletados. Essa avaliação pode fornecer uma perspectiva interessante e esclarecer problemas e possibilidades dentro da pesquisa.
Além disso, a literatura da área pode ajudar na verificação. Talvez outro pesquisador em uma situação semelhante tenha chegado a conclusões relevantes para seu estudo. Nesse caso, o pesquisador pode se perguntar até que ponto os dois casos são semelhantes ou não e se os resultados obtidos são coerentes e relevantes.

Divulgando as descobertas

Nenhum projeto de pesquisa está completo até que os resultados tenham sido divulgados. Alguns pesquisadores optam por apresentar as descobertas, inicialmente, em congressos e conferência onde podem obter algum feedback de seu público e, posteriormente, usar os feedbacks para fortalecer seus artigos.

A apresentação dos resultados para diferentes públicos pode gerar explicações alternativas para as interpretações de um pesquisador. Tais explicações podem, pelo menos, mostrar ao pesquisador problemáticas ou novas possibilidades na pesquisa.

Ao relatar os resultados de qualquer projeto de pesquisa, independentemente do método utilizado ou da força das descobertas, os pesquisadores podem aumentar sua credibilidade ao qualificar suas afirmações por meio de um estudo claro e bem estruturado.

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[1]  MACNEALY, Mary Sue. Toward better case study research. IEEE Transactions on professional Communication, v. 40, n. 3, p. 182-196, 1997

[2] TELLIS, Winston. Application of a case study methodology. The qualitative report, v. 3, n. 3, p. 1-19, 1997.

[3] CLEMENTE-JÚNIOR, S. dos S. Estudo de Caso x Casos para Estudo: Esclarecimentos a cerca de suas características e utilização. Anais do VII Seminário de pesquisa em turismo do Mercosul. Universidade de Caxias do Sul. Caxias do Sul-Rio Grande do Sul, 2012.

GONZAGA, D. A.. Como fazer um Estudo de caso: Cinco passos para a elaboração de um bom estudo. gonablog | gonabee Escola Digital, 2020. Disponível em <https://gonabee.com.br/index.php/conteudo/como-fazer-estudo-caso/> Acessado em: DIA de MÊS de ANO.

O assunto é bastante extenso e não é possível ensinar tudo em apenas um post. O aprendizado aqui, é importante, porém é apenas uma parte. Se você deseja mais leituras e conteúdos entre em contato conosco. Estaremos sempre dispostos a lhe ajudar.

Autor: Deigo Augusto Gonzaga

Eng. de Controle e Automação, Mestre e Doutor em Eng. Agrícola, leciona nas disciplinas relacionadas a essas áreas do conhecimento e realiza acompanhamento de alunos no desenvolvimento dos trabalhos e projetos.

Acreditamos que a educação é a melhor forma de transformar o Brasil em um país melhor para os brasileiros.
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