Por: Diego A. Gonzaga | Publicado em 22 de junho de 2020
O primeiro passo para nortear o processo de pesquisa é a determinação das hipóteses de solução para o problema de pesquisa. Essas hipóteses devem, naturalmente, atender a determinadas características para que sejam considerada cientificamente válidas. A hipótese é o elemento que irá nortear todos os passos seguintes do processo de pesquisa, pois o objetivo da pesquisa é justamente validar (ou não) a hipótese elaborada. Assim, a hipótese direciona os esforços de pesquisa no trabalho científico. Mas como elaborar uma boa hipótese para o TCC? Entenda, nesse artigo, o que é e como elaborar as hipóteses do seu trabalho.
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O processo de elaboração da pesquisa científica parte normalmente de problemas que são encontrados em determinadas áreas, questões para as quais o pesquisador não tem solução a priori mas considera importante que se busque essa solução. Dentro da ciência, isso é o que nos chamamos de pesquisa científica. No processo de solução o primeiro passo depois da definição do tema, é justamente definir de forma científica que problema se deseja solucionar. O problema de pesquisa deve ter certas características para que seja considerado um problema de pesquisa cientificamente válido.
Determinado o problema de pesquisa da forma correta, o processo de pesquisa tem sequencia na aplicação do método científico para que se possa encontrar as possíveis soluções cientificamente válidas para o problema. O primeiro passo para nortear o processo de pesquisa é a determinação das hipóteses de solução para o problema de pesquisa. Essas hipóteses devem, naturalmente, atender a determinadas características para que sejam consideradas cientificamente válidas.
As hipóteses são os elementos que irão nortear todos os passos seguintes do processo de pesquisa, pois o objetivo da pesquisa é justamente confirmar ou não as hipóteses elaboradas. Assim, as hipóteses direcionam os esforços de pesquisa no trabalho científico.
A agora vem a primeira grande dúvida: O que é e como elaborar a hipótese para o TCC?
Antes de descobrir como elaborar a hipótese para o TCC, vamos esclarecer o que é esse elemento (Estrutura do Projeto de Pesquisa e do TCC). De forma geral, uma hipótese é uma suposição, mas não uma suposição qualquer. A hipótese é uma suposição que pode de fato se tornar uma verdade, ou que podemos demonstrar que ela é verdadeira.
Nos trabalhos científicos, a hipótese é uma tentativa de explicar o que desconhecemos e o que pretendemos demonstrar. Geralmente essa demonstração é feita por meio de teste das variáveis envolvidas, que poderão confirmar ou não, o que queremos explicar ou demonstrar (1).
A hipótese científica é, na verdade, uma suposição ou uma proposta de possíveis relações entre duas ou mais variáveis científicas. Essa proposta precisa ser colocada à prova para que se possa determinar sua validade ou nulidade (2,3).
Assim, podemos perceber que as hipóteses devem expressar determinadas características para que sejam consideradas válidas do ponto de vista científico.
Apresentado o conceito geral de uma hipótese é necessário especificar quais são as características que elas devem expressar para que possam ser consideradas hipóteses cientificamente válidas. De fato, podemos considerar a hipótese como uma sentença que expressa a relação entre as variáveis em estudo. Algumas das características mais importantes e necessárias para sua validade, são (1):
Essas características sustentam o caráter cientifico de uma hipótese. Se for possível estabelecer uma relação, ainda que hipotética, entre as variáveis estudadas que expresse todas essas características, a pesquisa que será realizada, terá grandes chances de gerar resultado satisfatório.
Você deve estar se perguntando agora: Toda sentença que expressar essas características é uma Hipótese? A resposta é: não.
É necessário ter cuidado para não se propor suposições que satisfação essas condições mas que, ainda assim, não possam ser classificadas como hipóteses. É importante saber como elaborar hipóteses válidas para seu TCC e não apenas sentenças com características de hipóteses.
Então o que não é uma hipótese?
Uma das grandes armadilhas do processo de construção das hipóteses são as proposições conclusivas. As hipóteses não são conclusões embasadas e referenciadas. Esse tipo de sentença, na verdade, é o objetivo do estudo, e naturalmente encerrariam a pesquisa.
Se as hipóteses são suposições de uma relação entre duas ou mais variáveis, elas devem expressar de forma clara como estas variáveis estão relacionadas. Assim, como nos requisitos das variáveis expostas no problema de pesquisa, as variáveis abordadas na hipótese devem ser passíveis de mensuração. Uma proposição que não atenda a estas características também não pode ser considerada uma hipótese do ponto de vista científico.
“Mas e quando uma hipótese parece ser plausível e interessante, mas não pode ser diretamente testada?” você deve estar se perguntando. Nestes casos, a hipótese principal deverá ser deduzida em outras hipóteses, às quais possam ser submetidas à verificação. Assim, a hipótese principal satisfaz as condições necessárias para ser uma hipótese científica (2,4).
Você já deve ter percebido que as variáveis expressas no problema de pesquisa irão, novamente, ser relacionadas na formulação da hipótese. Então, qual a relação entre hipóteses e o problema de pesquisa?
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Como já comentado na seção anterior, problemas e hipóteses, são enunciados de relações entre variáveis. Dessa forma, ambos dependem destas variáveis para que sejam considerados válidos do ponto de vista científico. Além disso, esses dois elementos do método científico (Estrutura do Projeto de Pesquisa e do TCC) tem uma relação direta entre si: após formulado o problema propõe-se uma possível resposta para essa questão, isto é, uma hipótese. Assim, o problema constitui sentença interrogativa acerca do tema, e a hipótese, uma sentença afirmativa proposta como resposta provisória e estável para o problema (2).
Como se pode imaginar, um mesmo problema pode ter várias hipóteses. Essas respostas provisórias e testáveis para o problema são expostas aos teste e, à medida que se verifica que não é possível comprová-las, ou seja, que as explicações propostas não se ajustam ao problema, corrigi-se as hipóteses com as novas informações disponíveis (1).
Sabendo o que são, quais as características e as relações que as hipóteses estabelecem no processo de pesquisa fica fácil compreender a função que esse elemento desempenha nesse processo.
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Assim como todo e qualquer elemento do método científico, a hipótese tem uma função e é um elemento essencial no desenvolvimento do processo investigativo científico.
A principal função das hipóteses é guiar o planejamento dos procedimentos exigidos pela metodologia e que são necessários para a pesquisa. Com base na hipótese proposta é possível definir quais serão as diretrizes de todo o processo de investigação. Em outras palavras, o processo de pesquisa será delineado para confirmar ou rejeitar a hipótese proposta (5).
Podemos citar as funções principais como (2):
De forma geral a função da hipótese é proporcionar explicações para certos fatos e, ao mesmo tempo, orientar a busca de outras informações em relação à área temática estudada (2).
Para exercer todas essas funções no processo de pesquisa a hipótese pode se adaptar assumindo características específicas em alguns casos. Então, você deve se perguntar: Mas existem outras características além das ja citadas nos itens anteriores para caracterizar uma hipótese? Na verdade, não. Mas as hipóteses podem ter algumas nuances especificas pelas quais pode-se agrupar as hipóteses em três tipos, como veremos a seguir.
Os tipos não estão relacionados necessariamente com as características das hipóteses. Eles fazem referência ao tipo de informação que se deseja expressar nas hipóteses (5). Dentre os mais comuns temos:
Agora, creio que as bases estão lançadas. Depois de toda essa introdução é hora de descobrir Como elaborar a hipótese para o TCC?
Enfim, depois de toda essas informações sobre as hipótes, ainda não ficou claro como elabora uma hipótese, não é verdade?
Pois bem, mãos à obra.
Como já dito anteriormente, a hipótese é uma sentença afirmativa (ou negativa, no caso das hipóteses negativas) proposta como resposta provisória e testável para o problema de pesquisa.
Além disso elas devem apresentar um caráter explicativo ou preditivo, ser compatível com o conhecimento científico vigente, apresentar consistência lógica e, principalmente, deve ser passível de verificação empírica em suas consequências.
Não há regras explicitas para a construção das hipóteses, porém, existem duas maneiras principais de formula-las (2):
A forma condicional estabelece uma relação entre as variáveis, abordadas no problema de pesquisa, baseada na estrutura logica condicional “se/então”:
– se x, então y (x e y são variáveis);
– se x, então y, sob as condições n e s (com mais de duas variáveis); e
– se x1, x2 e x3, então y (1).
onde x e y são variáveis ligadas entre si pelas palavras “se” e “então”.
Exemplo: [Fonte:(1)]
Problema: A constante migração de grupos familiares carentes influencia em sua organização interna?
Hipóteses:
– Se elevado índice de migração de grupos familiares carentes (x), então, elevado grau de
desorganização familiar (y).
– Se elevado grau de desorganização interna em famílias carentes (x), então, maior probabilidade de
marginalização do menor (y).
– Se elevado grau de desorganização interna na família carente (x), então, maior probabilidade de
marginalização do menor (y), dada a baixa escolaridade do menor (n) e o elevado grau de mobilidade
geográfica (migração) da(s) família (s).
– Se elevado grau de desorganização interna da família carente (x1), baixa escolaridade do
menor (x2) e elevado grau de mobilidade geográfica da família (x3), então, maior possibilidade de
marginalização do menor (y).
A forma categórica consiste em estabelecer uma resposta objetiva para o problema de pesquisa relacionando as variáveis abordadas.
Exemplo: [Fonte:(1)]
Hipóteses:
O elevado índice de migração de grupos familiares carentes gera um elevado grau de desorganização familiar.
Em geral, o processo de elaboração de hipóteses é de natureza criativa, assim a ferramenta mais relevante é a experiência na área de pesquisa. Por isso é muito importante que você discuta com seus orientadores e parceiros de pesquisa sobre essa construção. Além disso você deve se atentar às diversas fontes de respostas para o problema de pesquisa que você pode se inspirar para determinar a melhor hipótese para a sua pesquisa.
De fato, a experiência e a capacidade de observação são as ferramentas mais significativas para a elaboração das hipóteses. Mas pode-se extrair as bases de uma hipótese de diversas fontes, desde teorias avançadas até mesmo de exemplos corriqueiros do dia a dia. O conhecimento relacionado ao meio de convivência e o senso comum podem levar a perceber correlações entre fenômenos e a real correspondência existente entre eles.
As hipóteses podem também ser estabelecidas com base na observação de fatos casuais da natureza semelhantes aos que se estuda. Caso haja uma situação em que seja possível estabelecer, para a questão estudada, uma lógica semelhante as da circunstância observada sejam elas do cotidiano ou mesmo do meio científico, propõe-se, por analogia, uma hipótese embasada no exemplo observado.
Podem-se também elaborar uma hipótese por dedução lógica baseada no contexto de uma teoria. Utiliza-se as proposições dessa teoria para elaborar uma sucessão de eventos ou a correlação entre eles, para propor-se uma hipótese.
Uma fonte pouco usual de hipóteses são as discrepâncias apresentadas em relação ao que “deveria” acontecer em decorrência da teoria sobre determinados assuntos e o que realmente se observa. Assim como nas analogias pode-se estabelecer uma linha de pensamento contraria ao senso comum por analogia a uma discrepância pre existente na literatura (2).
Isso é o essencial que você precisa para elaborar as hipóteses para a sua pesquisa. Espero que tenha esclarecido para você como elaborar a hipótese para o TCC.
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1 PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. Metodologia do Trabalho Científifico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico – 2a Edição. Editora Feevale, ISBN 9788577171583. Dispon´ıvel em: hhttps://books.google.com.br/books?id=zUDsAQAAQBAJi.
2 LAKATOS, E.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científifica. Atlas, ISBN 9788522440153. Disponível em: hhttps://books.google.com.br/books?id=r0ruAAAACAAJi.
3 MORETI, I. Hipóteses do TCC: veja como formular e exemplos prontos. 2020. Disponível em: hhttps://viacarreira.com/hipoteses-do-tcc/i.
4 MARTINS, E. Hipótese do TCC: tire as principais dúvidas e confira 5 dicas de como fazer. 2019. Disponível em: hhttps://blog.mettzer.com/hipotese-tcc/#O-que-nao-e-uma-hipotese-de-pesquisai.
5 FONSECA, R. C. V. D. Metodologia do trabalho científico. Curitiba, PR -Brasil: IESDE, 2012. v. 1.
GONZAGA, D. A.. Como elaborar uma hipótese para TCC? gonablog | gonabee Escola Digital, 2020. Disponível em <https://gonabee.com.br/index.php/conteudo/como-elaborar-a-hipotese-para-tcc/> Acessado em: DIA de MÊS de ANO.
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